quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Tempo

Por ora, gostaria de atar-me a ti tempo
Deixe-me alcançar o momento, liberte-me dessa queda óbvia
Essa queda duradoura, em quê poderei me ater?
Tempo que me isola dum mundo chamado passado, só acessível por uma estrada ilusória chamada lembrança
Passado, permita-me chamar a ti vestígios do declínio?
Sei bem, tempo, que exerces tua função com perfeição
Mas diga-me, meu bem, por que és tão inexorável?
Suplico que cesse seu ofício, por um instante que seja
Para que possa, então, encontrar-me mais perto de ti
Tempo, lento tempo
Fator da minha queda, estrela do meu infinito, consequência da minha consciência, tic, tac, tic..
Que farias, tempo, não obstante tua força e beleza, sem teu nobre irmão espaço?
Talvez não sejas tão grande assim, meu obstinado companheiro
Bastaria apagar minha mente para estraçalhar-te e, no entanto, aparentas ser eterno
Já chega, tempo, cansei da tua altivez, liberto-me de ti para preencher o espaço em toda sua amplitude
Essa tua vontade de ser matou meu espírito, eis agora a redenção de meu corpo...

4 comentários:

Nicolas Aranda disse...

essa eu escrevi qdo tinha desistido da eng quimica

lucas disse...

essa me emocionou muito quando eu tinha fome

Ricardo Prado Martins disse...

Lindo!

Nathan Schafer disse...

Parabéns!

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